sábado, 22 de outubro de 2016

Conheça os exóticos Cruzeiros de Expedição

Existe um nicho de viajantes, em sua grande maioria da terceira idade aproveitando suas aposentadorias, que já conheceu praticamente todos os destinos que são cartão-postal do mundo, como Rio de Janeiro, Nova York, Paris, Londres, Miami, e Roma. Com o tempo, por mais mágico que seja ver a Torre Eiffel pela décima vez, essas cidades já não satisfazem mais o desejo de viajar e conhecer o mundo. Um estilo de viagem que vem crescendo bastante nos últimos anos e que agrada em cheio esse público é o de cruzeiros de expedição, passando por lugares muitas vezes inalcançáveis com outros meios de transporte. Essa, inclusive, é uma das formas mais ecológicas de se conhecer áreas de preservação que não podem receber muita influência humana, deixando os locais praticamente intocados:
"Fato ecológico: Os cruzeiros deixam rastros menores de carbono porque eles não contribuem para a construção de hotéis, restaurantes, ruas e carros."
WARD, Douglas - Berlitz Cruising & Cruise Ships 2015

Ao contrário do que possa parecer, não é apenas o roteiro da viagem que é diferente em um cruzeiro de expedição; as particularidades vão muito além disso, trazendo uma experiência sem comparação com os tradicionais cruzeiros que somos acostumados, o que agrada em cheio os mais aventureiros.
Orion Expedition Cruises
Para começar, os navios em si já são muito diferentes. As embarcações usadas para esses cruzeiros são de no máximo pequeno porte, sendo mais comuns os navios boutique, levando até poucas centenas de passageiros por viagem. Como já vimos, quanto maior o navio, maior é o interesse no navio em si do que nos locais de escala (os chamados navios-destino); então no caso dos minúsculos e luxuosos navios de expedição, a viagem é praticamente toda voltada para os destinos por onde os passageiros irão passar, sendo o tempo a bordo usado para ficar na cabine, em um bar ou restaurante, assistir a palestras de especialistas e observar a paisagem.
Os principais destinos para onde os cruzeiros de expedição levam os seus passageiros são os Pólos Norte e Sul, Fiordes Chilenos, Ilhas Galápagos, Austrália e o Rio Amazonas. Para chegar aos locais mais frios do planeta, os navios são equipados com cascos reforçados, permitindo chegar bem perto das incríveis calotas polares da Antártida e do Ártico, por exemplo. Para fazer o transporte dos passageiros até a terra (ou o gelo), os navios de expedição possuem lanchas infláveis chamadas de Zodiacs, que, por serem bem mais leves que os Tenders, são capazes de parar em terra firme e depois serem puxados de volta para a água, já que não existem píers ou portos em praticamente todos os destinos.
Por se tratar de navios pequenos e com baixo calado, as viagens pelo Cabo Horn, ligando o extremo sul da América do Sul à Antartida, pode ser bastante "agitada". Esse local, onde o Oceano Pacífico e o Atlântico se encontram, é famoso por ter fortes ventos e ondas enormes, então os dois dias de navegação costumam ser inadequados para os mais propensos a enjoos. Caso isso não seja problema para você, essas embarcações costumam compensar a falta de opções de entretenimento com comidas e bebidas refinadas e serviço personalizado - o que torna as viagens bastante caras.
O mais icônico navio de expedição do mundo é o russo 50 Years of Victory, um legítimo quebra-gelo de 159 metros de comprimento movido a energia nuclear, capaz de abrir passagem em camadas de gelo de até três metros de espessura. O formato arredondado da gigante proa do Victory faz com que o navio suba nas calotas polares, em vez de colidir nelas, deixando o trabalho de quebrá-las para as suas 23,5 mil toneladas, abrindo passagem até o extremo norte do planeta. A capacidade máxima é de 128 passageiros por viagem, distribuídos em 66 cabines.
Dá para entender porque o 50 Years of Victory não é pintado de branco. Img

Além do gelo
Cruzeiros de expedição passam também por locais um pouco mais quentes que as temperaturas de até 30ºC negativos do pólo norte e -80ºC do inverno na Antártida. O quente e úmido Rio Amazonas proporciona experiências opostas porém igualmente incríveis para os aventureiros exploradores. Por se tratar de cruzeiros fluviais, essa é a melhor opção para quem tem problemas com enjoo no mar - o que inviabiliza um cruzeiro oceânico de expedição.
Nada mal conhecer o Amazonas assim! Img
Algumas opções disponíveis vão de navios com tarifas mais acessíveis, como o Iberostar Grand Amazon, a navios extremamente luxuosos e exclusivos, como os da companhia Aqua Expeditions. Ao descer em terra é possível conhecer de perto parte da vida selvagem da floresta com a maior biodiversidade do mundo. Passeios diurnos e até noturnos em pequenas lanchas estão disponíveis, permitindo observar os jacarés com um guia local especializado e conhecer a vida dos indígenas locais. Como tudo que é diferenciado tem seu preço, um cruzeiro de 7 noites no Aria Amazon, da Aqua Expeditions, parte de US$ 8.120 por passageiro. No Grand Amazon uma viagem com a mesma duração custa por volta de R$ 12.000 para duas pessoas.
O baixo calado dos pequenos navios de expedição permite que eles passem por cima da grande barreira de corais da Austrália (Great Barrier Reef), a maior faixa de corais do planeta, e cheguem até as Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico.
Hurtigruten
Crystal Endeavor
Com uma demanda crescente por esses cruzeiros, várias companhias vêm investindo em navios de expedição, como a Hapag-Lloyd, Silversea, e Hurtigruten. Essa última anunciou recentemente a construção de quatro incríveis navios com design assinado pela Rolls-Royce; a Crystal Cruises encomendou o Crystal Endeavor, um exclusivíssimo iate que também fará cruzeiros de alto luxo pelas áreas geladas do planeta; e a Hapag-Lloyd, que já possui navios de expedição, divulgou a construção de duas embarcações cinco estrelas, com design mais conservador, que serão entregues em 2019.
Se você gosta de aventura, luxo, exclusividade e tem um bom dinheiro sobrando, com certeza vale a pena conhecer os cruzeiros de expedição! Eles podem não ser os mais populares, mas têm um índice de satisfação e retorno muito alto.
Hapag-Lloyd
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sábado, 1 de outubro de 2016

Conheça a Europa gastando pouco: Cruzeiros de travessia atlântica!

Quase 60 anos depois do fim da era dos transatlânticos, a magia de passar dias em alto-mar entre dois continentes ainda atrai uns e assusta outros. Depois de acontecer o primeiro voo comercial entre a América do Norte e a Europa, na década de 60, os transatlânticos foram rapidamente sumindo, restando agora apenas um em operação. Saiba mais clicando aqui.

Atualmente vivemos o auge dos navios de cruzeiro, caracterizados como navios-destino, que oferecem uma infinidade de opções de entretenimento a bordo e os mais variados itinerários. No começo e fim das temporadas de verão ou inverno nos dois hemisférios do planeta, muitos navios mudam de cenário, precisando em muitos casos atravessar um oceano para chegar ao seu novo local de cruzeiros. Praticamente todos os navios que operam aqui no Brasil chegam a partir da Europa, com a exceção do Norwegian Sun, que virá dos EUA. As viagens com direção à América do Sul acontecem entre novembro e dezembro e a volta para o velho continente entre março e abril, oferecendo grandes oportunidades de economizar um bom dinheiro ao conhecer vários países.

Porque você deve considerar um cruzeiro de travessia atlântica
Esses cruzeiros, por serem viagens de reposicionamento, costumam ter preços proporcionalmente bem mais baixos que os dos roteiros disponíveis durante a temporada local. O motivo disso é que, cheio ou vazio, o navio vai de qualquer forma precisar realizar a viagem no começo e fim da temporada, fazendo com que as companhias ofereçam bons preços e promoções para os passageiros.
Imagem: Costa Cruzeiros
Caso você escolha fazer o roteiro Europa - América do Sul será necessário pegar um voo até o local de embarque, podendo, em alguns casos, ser incluída também a parte aérea no valor do cruzeiro. Os principais  portos de embarque lá são Veneza, Savona e Gênova, na Itália; Barcelona, na Espanha; Hamburgo, na Alemanha; e Marselha, na França. A volta, nos primeiros meses do ano, tem Buenos Aires, na Argentina, Santos, Rio de Janeiro e Salvador como principais pontos de partida, sendo também os principais destinos de chegada na vinda; e os mesmo portos europeus são os principais de desembarque. A volta para o Brasil também tem que ser de avião.
A viagem inclui escalas em vários portos brasileiros, como Búzios, Ilhabela, Ilhéus, Salvador, Maceió e Recife antes de passarem cinco dias navegando em direção às ilhas oceânicas europeias, que ficam na costa da África. Depois de chegar ao continente, os navios passam normalmente por algumas cidades de Portugal, Espanha, França e Itália, totalizando por volta de 15 a 20 dias de viagem.
Além de não ter que enfrentar as chatas, longas e cansativas viagens de avião duas vezes, o navio leva o seu hotel e restaurantes com você em todas as cidades e países que visitar, ou seja, não precisa pegar trens ou táxis; nem fazer/ desfazer as malas e realizar check in/ out em cada nova cidade; e sem gastar fortunas com hospedagem e alimentação para todos os dias da viagem. Quando for descer nas cidades você poderá explorar por si próprio, pagar por uma excursão do navio ou reservar excursões pela internet ou agências de viagem, uma opção muito mais barata em comparação às oferecidas pelos navios e que, inclusive, vão buscar os passageiros no porto. Apesar de ter uma vantagem no preço, essas excursões não têm a segurança das compradas a bordo, que garantem a espera do navio caso, por qualquer motivo, ocorra um atraso na volta. Lembre que os navios, assim como os aviões, têm uma hora para sair, então não vá longe demais sem calcular o tempo de volta.

Uma viagem de travessia atlântica, porém, pode não ser a melhor opção para os marinheiros de primeira viagem menos aventureiros. É sempre bom antes fazer um mini cruzeiro como uma "amostra grátis" (porém paga) de como é viajar de navio. Isso é importante não só para ver se não enjoa, mas também para conhecer como é a vida a bordo e se realmente vai valer a pena pagar para passar mais de duas semanas viajando dessa forma.

Um lado negativo de fazer um cruzeiro de travessia com o objetivo de conhecer os destinos é que o navio fica menos de um dia atracado nos destinos, chegando normalmente pela manhã e partindo no fim da tarde. Para quem embarca com aquela ideia de estar em um resort, buscando aproveitar toda a estrutura dele e vendo os destinos como um bônus da viagem, é perfeito! Já para quem vai em busca de conhecer as cidades, o pouco tempo em terra pode ser frustrante. Mas sabe por que vale a pena? Porque dá para conhecer várias cidades, ver a que mais gosta e depois voltar de avião para se hospedar nela e de fato viver o local por alguns dias.

A facilidade, estrutura, segurança, as mordomias e o baixo custo oferecidos pelos navios fazem com que essa seja uma opção interessante para quem quiser conhecer um pouco da Europa. Existem outras opções de travessia, como da Europa para os Estados Unidos, na mesma época dos fins e começos de temporadas no Brasil. Para conhecer os itinerários e conferir os preços das opções disponíveis para o fim de 2016 e começo de 2017, clique nos seguintes links:

Costa Cruzeiros
Fora os roteiros passando por aqui, também tem disponíveis os para o Caribe

MSC Cruzeiros (em "Destino" selecione MSC Grand Voyages)
Fora os roteiros passando por aqui, também tem disponíveis os para o Caribe e Oriente Médio

Pullmantur/CVC
Para ver a travessia Europa - Brasil, acesse o site da Pullmantur
Para ver a travessia Brasil - Europa, acesse o site da CVC (clique em "Itinerários e Saídas" abaixo da foto do navio)

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