quarta-feira, 23 de julho de 2014

Depois de dois anos e meio, o Concordia parte para a sua viagem final

Hoje foi um dia de alívio para a Costa Cruzeiros, para as empresas de resgate e para os moradores da ilha de Giglio, na Itália. Finalmente o navio Costa Concordia deixou o local do acidente que aconteceu em janeiro de 2012, deixando 32 mortos.
O grande cruzeiro foi levantado das pedras de granito, colocado na vertical e, como o uso de 30 flutuadores, erguido até ficar com 18 metros em baixo da água. Esse trabalho, o maior resgate marítimo da história, levou dois anos e meio, custando para o grupo Carnival, para a Costa e suas seguradoras um valor de aproximadamente dois bilhões de dólares. 

Hoje pela manhã o navio fez sua última viagem.
Reprodução: G1. Foto: Gregorio Borgia/AP
A partida do navio foi comemorada com as buzinas das embarcações e com aplausos de quem assistia à saída. Da pequena ilha de Giglio o navio partiu, a 2 nós,  para Gênova rebocado e escoltado por 15 embarcações, responsáveis, inclusive, por monitorar a água do mar para prevenir danos ambientais causados por um possível vazamento. Ao chegar no estaleiro - daqui a quatro dias - a grande embarcação será completamente desmontada, trabalho que, devido ao tamanho do navio, deverá demorar dois anos. 
Como o Concordia está navegando, o site Marine Traffic colocou o navio no mapa com as suas "novas dimensões" devido às caixas flutuadoras e à grande parte submersa. O navio está com 62 metros de largura e 18 de calado. O deslocamento do navio em tempo real e de todas as embarcações que estão o acompanhando pode ser visto através deste link, bastando mover o mapa para o noroeste da Itália.
Gênova será o último porto de escala da história do Concordia, uma carreira que começou em 2006 e acabou em tragédia. Essa cidade, inclusive, foi onde o recém-construído navio foi registrado.

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sábado, 12 de julho de 2014

Costa Concordia deverá ser removido na segunda-feira

Está marcada para iniciar nesta segunda-feira a última fase da remoção do navio Costa Concordia, que afundou junto à ilha italiana de Giglio na noite de 13 de janeiro de 2012.

Costa Concordia naufragado, na manhã após o acidente.
Imagem: Reprodução/ Wikipedia
O acidente com o navio italiano Costa Concordia abalou o mundo há mais de dois anos, em uma época em que um acidente dessas dimensões envolvendo um grande cruzeiro era algo inadimissível, o que passava grande segurança para os milhões de passageiros que viajavam anualmente nesses imensos resorts flutuantes. Se por um lado a tecnologia utilizada (a mais moderna disponível atualmente) é praticamente infalível no comando dessas grandes embarcações, por outro a imprudência do ser humano foi capaz de transformar uma viagem de lazer em um pesadelo para mais de três mil passageiros. 
Navio já na posição vertical ,depois de ter sido erguido.
Imagem: Reprodução/ Wikipedia
Naquela noite de 13 de janeiro de 2012, o Concordia  passava pela ilha de Giglio e o comandante Francesco Schettino resolveu, por conta própria, desligar o sistema de piloto automático do navio e passar próximo à costa  em uma "saudação aos moradores da ilha" com apitos e luzes da embarcação. A trajetória que o navio estava realizando deveria passar a 9 km da ilha, se continuasse normalmente, mas, pela inconsequência do capitão, essa distância foi reduzida para 1 km, distância extremamente perigosa para um navio dessas dimensões, e a alta velocidade foi mantida, fator que agravou a situação ao colidir com as rochas de mármore submarinas não vistas pelo comandante. A batida abriu um rasgo de 70 metros na lateral esquerda e permitiu a entrada de milhões de litros de água a uma velocidade absurda, impossibilitando a ação das portas que serviriam para selar os vários compartimentos de água a bordo.
Quando aconteceu o acidente, 4.229 pessoas, entre passageiros e tripulantes, estavam a bordo e, desse total, 32 morreram. Esse número poderia ter sido muito menor se o comandante não tivesse demorado mais de uma hora para soar o alarme de emergência geral, o que só foi feito quando os passageiros já estavam embarcando nos botes salva-vidas por conta própria. Antes de dar a ordem para abandonar o navio, a tripulação tinha sido orientada para informar que aquilo não passava de um problema com geradores e que estava tudo sob controle.
Trajetória do navio após colidir com as rochas.
Imagem: Reprodução/ Wikipedia
Mais de dois anos após a tragédia, o navio já foi virado para a posição vertical (após uma gigantesca operação ano passado que envolveu 500 trabalhadores) e está com várias caixas acopladas nas laterais, que servirão como flutuadores. A última fase para a operação já tem data marcada: 14/07, segunda-feira. Nesse dia o navio será erguido poucos metros e retirado do local para fixar novos cabos que serão utilizados para rebocá-lo até o porto de Gênova, onde será desmontado. Esse processo de flutuação deverá demorar até uma semana, se tudo ocorrer como o planejado, e o transporte até o porto deve ser feito a uma velocidade de 2 nós (quase 4 km/h) e tem previsão de durar quatro dias.
Devido às enormes dimensões (290 metros de comprimento e 36 de largura) e ao peso (114 mil toneladas) do Costa Concordia, essa operação tornou-se um enorme desafio - o maior da história - para as equipes de resgate, composta pelas melhores empresas do ramo no mundo. O custo da remoção já chega à casa dos 2 bilhões de dólares, pagos pela Carnival Corporation, dona da Costa Cruzeiros; pela própria Costa; e por seguradoras. O comandante da embarcação está sendo processado, entre outros crimes, por homicídio e abandono de navio.
Apesar da insegurança causada pelo acidente, o mercado dos cruzeiros continuou crescendo ano a ano. Depois desse incidente as leis de navegação, que já eram rigorosas, passaram por modificações que tornaram ainda mais seguros os cruzeiros. Além disso, o caso do Costa é claramente resultado de erro humano, o que serviu de lição para os comandantes não efetuarem manobras arriscadas e passarem distante da costa do continente e de ilhas. Sendo assim, os navios continuam sendo um dos cinco meios de transporte mais seguros do mundo, com índice de acidentes absurdamente menores que aqueles registrados em automóveis.
A polícia italiana publicou um vídeo com filmagens feitas por mergulhadores dentro do navio há poucas semanas, mostrando imagens que lembram o Titanic. O vídeo está no site YouTube e pode ser acessado através deste link. Todo o processo de remoção do navio, que está marcado para começar às 06h da manhã (horário local), poderá ser acompanhado através de uma câmera direcionada para o Concordia, na ilha de Giglio. O resultado dessa operação, que não tem um "plano B", só poderá ser visto nos próximos dias, mas há grandes chances de ocorrer tudo certo.

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