domingo, 29 de abril de 2018

É permitido levar o seu drone para um cruzeiro?

Os drones estão cada vez mais acessíveis e populares, principalmente entre os viajantes que querem ter imagens únicas dos lugares que visitam e até mesmo da sua própria cidade. Mas surgiu uma dúvida: "eu posso levar meu drone para um cruzeiro?" É sobre isso que vamos conversar agora.

Imagem: Reprodução/Dji
Se procurar nos termos e condições das companhias de cruzeiros você terá dificuldade de encontrar - ou não encontrará - uma resposta para essa pergunta. Apesar de os drones já estarem nas mãos de uma quantidade bastante considerável de pessoas, as empresas ainda não se preocuparam em deixar claras as regras sobre a entrada deles nos navios. Mas a resposta, em geral, é boa. Sim, em praticamente todos os navios é permitido embarcar com o seu drone, mas existem restrições.

Dependendo da companhia podem acontecer duas situações: ou você terá que deixar o drone guardado dentro da caixa na sua cabine ou ele será guardado pelos oficiais em um local próprio assim que entrar no navio. Isso acontece porque não é permitido levantar voo com ele no navio, apenas quando estiver em terra. As razões para isso podem ser várias: pela privacidade dos passageiros, risco de as hélices baterem em algum fio do navio, interferências... Além disso existem riscos muito grandes de perder o drone em alto-mar, uma vez que os ventos são muito fortes - uma situação na qual as próprias empresas que produzem os drones não recomendam o uso. Há também relatos de falha no sinal ao decolar de uma mesa de metal - lembre que os navios são uma caixa de metal - e existe a questão de o navio estar em movimento, o que pode dificultar muito o pouso e acabar batendo em uma pessoa, além de fazer com que a função de o drone voltar automaticamente para onde ele decolou, se perder o sinal, não funcione.
Então se você levar e pedirem para deixar na sua cabine, deixe. Nem ande com ele pelo navio porque você pode ter problemas com os oficiais e até ser expulso do navio.

Quando o navio chegar em um porto você poderá pegar o seu drone na cabine e levar consigo ou pedir para que o oficial responsável por guardar esses objetos te entregue na saída. É um processo rápido e sem burocracias. A partir daí você poderá filmar e tirar fotos aéreas do navio e do destino onde estiver, mas preste atenção a uma coisa mais: Cada local tem suas regras em relação ao voo. Antes de viajar verifique em que áreas das cidades aonde você vai é permitido decolar drones. Perto de aeroportos, por exemplo, é proibidíssimo. Há também alguns relatos, como o de um seguidor no Instagram, de os oficiais confiscarem o drone e só devolverem no fim da viagem. Como não existe uma regra bem definida por muitas companhias, às vezes a decisão tem que partir do próprio tripulante, então, se ele não estiver seguro, pergunte a outros funcionários se realmente não é permitido usar durante a viagem, eles podem ter uma orientação dada pelo capitão.
Você não será impedido de embarcar em um navio se estiver com um drone, ele será guardado por você ou pelos oficiais, mas a permissão para usar ainda não é certa. Se puder, lembre das regras acima!

Atualização:

Em resposta à publicação, através da Engaje Comunicação, sua representante no Brasil, a Pullmantur mandou a seguinte nota (em espanhol) ao RG Cruzeiros sobre o uso de drones nos seus navios:
"Os portos e países são os que terminam autorizando ou não o uso dos drones tanto no porto, quando o navio atraca, quanto nos destinos. Quanto a gravar o navio navegando, a permissão deve ser concedida pelo capitão, se ele perceber que não compromete o funcionamento e segurança do navio quando estiver em navegação e se solicita a permissão com um memorando a Pilar Yague e a operações Pullmantur com as especificações do equipamento, diretrizes de gravação e operadores ou técnico que o usará. Se as imagens são para um terceiro, TTOO, agência, programa de TV ou meio de comunicação deve firmar um contrato ou acordo de uso de imagens com um seguro por danos."
A MSC e a Costa, que também operam cruzeiros regulares no Brasil, ainda não se pronunciaram sobre o tema.

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